3 de novembro de 2011
É o pulsar d’asas doudas dentro de cada um, que nos faz retirar a viseira que nos é imposta... E n’um ruflar, ao som das penas pairando no ar, avista-se os matizes mais belos que cingem este pobre mundo que está.
Aprendi, com esta palavra tetra consonantal e tetra plural, a me atirar nos abismos da mente, dos cumes da vida sem o temor de me desconstruir. E assim, no vagar em que corre o ponteiro, quero desconstruir mitos, as meias verdades adotadas como inteiras...
Aprendi que vale a pena o saltar do precipício, a fração de segundos de uma paisagem ímane, tão bela que, por milésimo de segundo, se faz eterna... E principalmente aprendi que após a queda, quebrado em partes, sei onde as encaixar e colar!
Isso é alvedrio, a liberdade que nos é negada pelo sistema fajuto de todos, regido a mono cór.  
Agora sei, de um saber mensurável n’um grão de areia, que as pedras no caminho não são para construir castelos, mas para derrubarmos, para criarmos abismos somente para saltar e ver o que não nos é permitido... Quanto aos castelos, são símbolos da canalhice burguesa, à qual repudio e com força igual os seus símbolos.
E do alvedrio, que bem enxergo agora, descobri-me pássaro, capaz de ser livre, fora do alcance desse estado de demência, desse estado insolúvel de gentes e, ainda assim, capaz de viver em bando, havendo as migalhas e não mais, sem excedentes posteriormente alienáveis, sem capital, sem sordidez e com as asas que lhos são negadas...
Por isso, desamarre suas cordas, ice suas velas e parta em nau sem rumo... Ou então fique onde está, como está, no mundo que está e seja árvore... E um dia será podado para se transformar em nau alheia.

Eduardo Cantos Davö

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Músico, Escritor, Anarquista e estudante de Direito (embora seja paradoxal). Um idealista, em busca do compreendimento das cousas mais banais que nos rodeiam.